Na última semana, uma reportagem neste blog destacou que, em 2024, a Justiça do Trabalho recebeu 4.090.375 novos processos, o maior volume registrado nos últimos 20 anos. Esse cenário evidencia não apenas a complexidade das relações laborais no Brasil, mas também o desafio crescente das grandes empresas: gerir um passivo trabalhista de forma eficiente, estratégica e sustentável.
Em 2025, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) confirmou esse aumento expressivo e reforçou a importância de incidentes e precedentes judiciais como instrumentos para agilizar julgados e reduzir a sobrecarga do Judiciário.
Foi nesse contexto que, juntamente com meu time, conduzi a transformação do departamento jurídico de uma empresa de grande porte. Com mais de 17 mil processos em andamento e um passivo relevante sob gestão, a solução foi muito além do aumento de recursos: foi uma reformulação no modo de operar do jurídico.
Implantamos um modelo robusto de Legal Operations e aprimoramos os sistemas internos, transformando dados em inteligência acionável, padronizando fluxos críticos e integrando jurídico, financeiro e RH em um fluxo contínuo e colaborativo.
Esse projeto conquistou o prêmio Best Performance, sendo reconhecido pela internalização estratégica do contencioso trabalhista, que resultou em redução de 40% dos custos e maior previsibilidade para o negócio.
Esse case mostra que, diante da explosão dos litígios, o diferencial não está apenas na defesa processual, mas sobretudo na eficiência operacional e na inovação tecnológica implementada. Algumas práticas se mostraram fundamentais para alcançar os resultados apresentados. Confira quais, logo abaixo!
- Mapeamento de riscos e priorização de demandas: foco nos processos de maior impacto financeiro ou reputacional.
- Tecnologia e automação: utilização do software jurídico Mythes, que possibilitou controle de prazos, organização de documentos, geração de relatórios estratégicos em tempo real e automação de rotinas, reduzindo falhas operacionais e acelerando entregas.
- Gestão integrada e indicadores de performance: alinhamento entre jurídico, financeiro e compliance, com decisões baseadas em dados concretos.
Mais do que lidar com processos, o jurídico moderno precisa ser protagonista na construção de um ecossistema de prevenção e eficiência. Só assim será possível enfrentar o crescimento do contencioso trabalhista sem perder de vista o que realmente importa: a sustentabilidade do negócio e a valorização das pessoas que o constroem.